tag:blogger.com,1999:blog-246859913188192564.post763630762816761438..comments2023-08-12T16:37:47.083+01:00Comments on Sabedoria Perene: O “ponto de partida” de René Guénon - Parte IMiguel Conceiçãohttp://www.blogger.com/profile/00393605825519303060noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-246859913188192564.post-59843558650467823792008-06-02T02:08:00.000+01:002008-06-02T02:08:00.000+01:00Sim concordo plenamente. No que diz respeito ao oc...Sim concordo plenamente. <BR/>No que diz respeito ao ocidente não encontrei melhor introdução à doutrina hindu. Guénon é sem dúvida a grande porta que se abre para uma visão profunda da metafísica oriental... porém, essa aparente confusão de termos sempre me intrigou num homem tão cuidadoso como Guénon. Digamos que, por vezes, vejo nela traços de um certo esoterismo intrínseco, decorrente da própria inaptidão da linguagem. A letra acaba, sem querer, por trair o espírito. Ao passarmos de Guénon para o oriente, e ao estudar Shankara, Gaudapada, ou Abhinavagupta descobrimos que Guénon nunca poderia dizer tudo: o Vedanta é algo de muito mais diverso vasto e misterioso nas suas manifestações, não pode em última análise ser objecto de sistematização ou exposição cabal escrita. Existem mesmo Darshanas mais elevados do que o de Shiva Darshana Anupaya da escola de Pratyabijna Advaita Vedanta. Nesse aspecto toda e qualquer imagem conceptual está, em ultima análise, afastada da verdade, quer seja na obra de Guénon ou na de outra autoridade espiritual. Respeitando sempre a regra do indízivel. Não obstante, esta questão reveste-se de alguma pertinência no que toca ao seguinte: parece que em grande parte da sua obra Guénon "necessita" que o incondicionado seja um estado do qual se possa entrar ou sair, e isso no que diz respeito aos seus "aperçus sur l'initiation" é flagrante. Guénon começa por afirmar que esta obra consiste apenas num ponto de vista "aperçu", à semelhança do que no oriente se denomina por Darshana, e não quer, de todo, esgotar esta temática. O que nunca descobri foi o seu equivalente no oriente. Por exemplo Shankara nunca afirmou que Turya como estado, mas sim como não estado, e é aí que reside todo o seu mistério, ou seja na realidade nunca saímos de Turya ou entramos, sendo a ilusão de que tal acontece um dos atributos fundamentais de Maya, assim sendo a própria ideia de iniciação é, em ultima análise, uma ilusão, talvez a última e a mais elevada, aquela que nos conduz, por fim, a dar o salto para o incondicionado (do qual nunca saímos), mas não é condição para que tal aconteça. Ora isso entra aparentemente em conflito com a teoria da iniciação Guenoniana, ou seja só podemos ser iniciados em algo que tem um inicio... ou seja um limite. Mas pode o incondicionado ter limites? Onde começa e acaba? Onde inicia? Ora esta ideia de incondicionado, tão presente na exposição sobre a iniciação de Guénon, assemelha-se de facto, em tudo, a um estado, mas só pode ser entendida de forma correcta como símbolo de algo que a transcende. Como o são no fundo todas as formas simbólicas tradicionais como o é a iniciação. Mas é um símbolo tão ambíguo como o de Metatron, o estado angélico mais elevado, o anjo de dupla face, o anjo da iniciação na tradição hebraica. Não é uma dessas faces a do próprio Samael, aquele que se opõe ilusoriamente à liberdade absoluta do incondicionado? <BR/>Guénon afasta-se deste Darshana rigorista sobre a iniciação no seu "Initiation et realisation spirituelle" e expõe aí uma visão menos condicionada, até mesmo mais profunda e misteriosa, o que me leva a deduzir que Guénon, apenas cumpriu os ditames tradicionais de revelar os vários pontos de vista em vários níveis de entendimento.<BR/>O que queria apenas dizer, com o comentário anterior, é que não nos devemos deter em nenhum deles. <BR/><BR/>Aproveito para felicitar os autores deste site, e a forma como apreciam a obra de Guénon, todas as iniciativas no sentido de recuperar a metafísica tradicional são mais que bem vindas!Agrioshttps://www.blogger.com/profile/16057840122067081663noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-246859913188192564.post-30105692445284538992008-06-01T17:58:00.000+01:002008-06-01T17:58:00.000+01:00O escrito referido está inserido numa obra dedicad...O escrito referido está inserido numa obra dedicada especificamente ao ser humano (O Homem e o seu devenir segundo o Vedanta) e esse capítulo é o último de quatro sobre as diferentes condições do Ātmā no ser humano. Ao ler esta obra, na minha opinião, não me parece de forma alguma que as limitações da expressão escrita resultem de qualquer confusão de Guénon. Bem pelo contrário, e esta é a opinião de grandes autoridades nesta matéria (quer ocidentais, quer orientais), as suas exposições sobre estas doutrinas são do mais preciso que alguma vez algum pensador ocidental legou.Miguel Conceiçãohttps://www.blogger.com/profile/00393605825519303060noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-246859913188192564.post-38006798539822024172008-05-23T04:11:00.000+01:002008-05-23T04:11:00.000+01:00Guénon é sem dúvida um bom ponto de partida. Mas f...Guénon é sem dúvida um bom ponto de partida. Mas fica aqui uma questão. Porque confunde Guénon o incondicionado com um estado? "O estado incondicionado de Atma", título de um dos seus escritos, é uma contradição de termos. Como pode algo incondicionado estar condicionado a um estado? Por muito superior que seja o estado... não devemos confundir Metatron com Deus.Agrioshttps://www.blogger.com/profile/16057840122067081663noreply@blogger.com