Verdadeira simplicidade consiste em ter, como Deus, um pensamento único, e esse pensamento tem que ser agradar a Deus em todas as coisas. Os vícios opostos à simplicidade lançam-nos para um estado de multiplicidade. Estes vícios operam de três maneiras particulares.
1) No que se refere às nossas paixões; para as gratificar multiplicamos os nossos pensamentos e desejos, agindo não com o fito simples de honrar Deus, mas por outros motivos tantos. Logo saltam as nossas desconfianças, as nossas suspeições, dissimulações, encobrimentos, invenções subtis, precauções, refinamentos, distinções, etc.
2) No que se refere aos outros, sobre os quais temos os nossos julgamentos, interpretações, conjecturas, inquirições, questionamentos, etc.
3) No que se refere às reflexões sobre nós próprios, para a nossa própria satisfação: reflexões sobre o passado, sobre o presente, sobre o futuro; sobre as nossas boas obras, para tomarmos prazer nelas; sobre as nossas más obras, para escusá-las ou desperdiçar inúteis arrependimentos sobre elas; para formular resoluções vãs respeitantes ao futuro.
Tudo isto é contrário à verdadeira simplicidade; mas fechamos o portão a todas estas faltas, quando a mente está somente ocupada com o simples pensamento de agradar a Deus.
Trecho de “The Spiritual Teaching of Father Loius Lallement”, compilado pelos discípulos daquele padre jesuíta (1587-1635) em 1694 e recentemente republicados em mais uma edição da World Wisdom: For God’s Greater Glory – Gems of Jesuit Spirituality from Louis Lallement, Jean-Pierre de Caussade, and Claude de la Colombière (2006).
1) No que se refere às nossas paixões; para as gratificar multiplicamos os nossos pensamentos e desejos, agindo não com o fito simples de honrar Deus, mas por outros motivos tantos. Logo saltam as nossas desconfianças, as nossas suspeições, dissimulações, encobrimentos, invenções subtis, precauções, refinamentos, distinções, etc.
2) No que se refere aos outros, sobre os quais temos os nossos julgamentos, interpretações, conjecturas, inquirições, questionamentos, etc.
3) No que se refere às reflexões sobre nós próprios, para a nossa própria satisfação: reflexões sobre o passado, sobre o presente, sobre o futuro; sobre as nossas boas obras, para tomarmos prazer nelas; sobre as nossas más obras, para escusá-las ou desperdiçar inúteis arrependimentos sobre elas; para formular resoluções vãs respeitantes ao futuro.
Tudo isto é contrário à verdadeira simplicidade; mas fechamos o portão a todas estas faltas, quando a mente está somente ocupada com o simples pensamento de agradar a Deus.
Trecho de “The Spiritual Teaching of Father Loius Lallement”, compilado pelos discípulos daquele padre jesuíta (1587-1635) em 1694 e recentemente republicados em mais uma edição da World Wisdom: For God’s Greater Glory – Gems of Jesuit Spirituality from Louis Lallement, Jean-Pierre de Caussade, and Claude de la Colombière (2006).
Certa vez, numa conversa com um amigo, defini “simplicidade” como sendo a proximidade ou identidade com o que é essencial. Refletia – em típicas divagações juvenis – que, para “relaxar”, o homem agitado “corre atrás de”. Já ao homem simples, basta que – repousando do labor – se deixe ser o que é.
ResponderEliminarRecentemente, procurava no Google por “simplicidade evangélica” e pouco encontrei que me contentasse. Contento-me, agora, com esse texto sobre a simplicidade sagrada.
Interessante. Lembra um pouco o pensamento do Mestre Eckhart.
ResponderEliminarSeria interessante que os "posts" sobre René Guénon fossem publicados em papel.
Sat Nam.
Obrigado pela participação.
ResponderEliminarEstá nos nossos planos publicar alguns dos "posts" deste espaço em suporte físico, mas isso ainda está dependente da mobilização de um grupo de pessoas interessadas na prossecução de objectivos similares.
Abraços
Tenho estado a trabalhar num projecto para uma editora com uma vocação Tradicional. Entre as primeiras obras a serem publicadas conta-se uma nova tradução do Tao Te Ching, acompanhada por outros textos "taoístas", "Os Mistérios de Mitra" de Franz Cumont que, creio, nunca foi publicada em Portugal, e uma edição do Bhagavad-Gita. Há interesse, obviamente, e publicar trabalhos inéditos em português de René Guénon e outros que, ou já desapareceram do mercado, ou foram vítimas de más traduções. Se quiser, pode entrar em contact comigo através da opção de mensagens num dos meus "blogs" (só não dou aqui o e-mail por causa do "spam").
ResponderEliminarAldous Huxley escreveu um livro que se chama "The Perennial Philosophy". Digo isto porque não o encontrei na vossa lista de livros e acho que ficava lá bem. Só conheço em inglês...
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