terça-feira, 7 de agosto de 2007

Pray Without Ceasing

Mais um belíssismo livro publicado pela World Wisdom Books. Editado por Patrick Laude, “Pray without Ceasing – The Way of Invocation in World Religions” é uma antologia sobre o caminho da oração invocatória, apresentando pela primeira vez 24 textos basilares das várias grandes religiões e 22 ensaios elaborados por alguns dos mais conceituados autores e autoridades espirituais do nosso tempo.

Esta antologia foi dividida em três partes. A primeira parte inclui excertos retirados dos principais clássicos espirituais que introduzem as fundações do caminho da invocação nas várias tradições. A segunda parte é formada por um conjunto de ensaios escritos por autores contemporâneos que expõem os princípios do caminho da invocação. A última parte é constituída por testemunhos contemporâneos de figuras espirituais de várias religiões que se têm dedicado a esta via espiritual, procurando o editor, ao dar a palavra aos sábios e santos, providenciar ao leitor a oportunidade de sentir a inspiração do caminho da invocação, enquanto sugerindo a relevância, actualidade e acessibilidade desta via espiritual no mundo moderno.

Leitura fundamental para quem quer ir além da compreensão "intelectual" da Sophia Perennis e sentir a sua vibração provocada pela leitura de alguns destes textos que reflectem o mais puro sentido do sagrado.


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I. FOUNDATIONAL TEXTS

Bhagavad Gita - He who thinks of me constantly
Chaitanya - I shall repeat thy name
Kabir - Recite the name of the Lord
Mirabai - I am fascinated by Thy name
Tulsidas - Comfort in this world and the next
Sukhavativyuha - Glorify the name of the lord Amitabha
Honen - The Buddha of boundless light & taking refuge in the right practice
Shinran - Passages on the pure land way
Zohar - The holy one speaks his name
Abraham Abulafi - A the light of the intellect & the question of prophecy
Rabbi Isaac of Akko - Gazing at the letters & climbing the ladder
Philokalia - St. Philotheos of Sinai, Ilias the Presbyter, St. Symeon the new theologian, & St. Gregory of Sinai
The Way of a Pilgrim - Unceasing interior prayer
The Cloud of Unknowing - Strike down every kind of thought
St. Bernardino of Siena - The sermon for Palm Sunday
St. Jean Eudes - The name admirable above all names
Jean-Pierre de Caussade - The sacrament of the present moment
Ibn ‘Ata’ Allah Al-Iskandari - The key to salvation

II. CONTEMPORARY DOCTRINAL ESSAYS

Frithjof Schuon - Modes of prayer & communion and invocation
Titus Burckhardt - Rites
Martin Lings - The Method
Leo Schaya - The Great Name of God
Marco Pallis - Nembutsu as remembrance
D.T. Suzuki - The Shin teaching of Buddhism
Archimandrite Lev Gillet - On the practical use of the Jesus Prayer
Mir Valiuddin - Some important dhikrs

III. CONTEMPORARY TESTIMONIES

Thomas Yellowtail - Always praying and thinking of god
Sri Ramakrishna - Pray to god with a yearning heart
Swami Ramdas - Constant repetition of the divine name
Mahatma Gandhi - Prayer
Vandana Mataji - Japa-sâdhanâ
Ramana Maharshi - Advaita and Japa
Swami Abhishiktananda (Henri Le Saux) - The prayer of the name
Gojun Shichiri - Sayings on tariki
Gao Xingjian - Namo amitofu
William Johnston - Breathing and rhythm in Christian and Buddhist prayer
Father Lorenzo Sales - The unceasing act of love of Sister Mary Consolata
Shaykh Ahmad Al-‘Alawi - Treatise on the invocation of the divine name
Simone Weil - The love of religious practices

4 comentários:

  1. Miguel,

    Importante e interessante este tema sobre oração invocatória. Sobretudo se nos reportarmos ao objecto de devoção que vemos na capa do livro que referes.

    Chamemos-lhe Rosário, Roda de Orações,Tasbih ou Japamala, a ideia que lhe está subjacente é sempre a mesma: recitação repetida de uma ou mais orações segundo um determinado padrão numérico que varia consoante a religião em que é utilizado.

    O uso deste objecto de devoção é muito antigo, sendo um dos seus objectivos auxiliar a memória quanto ao número de orações a recitar. A sua referência mais antiga encontra-se no cânone do Jainismo,na Índia, onde os monges bramânicos usam o rosário nas suas orações, embora esta prática de contar o número de orações já fosse utilizada pelos povos ditos "selvagens", que usavam pedrinhas com esse mesmo propósito. De qualquer modo, sejam pedras ou contas (qualquer que seja a sua forma ou o material de que são feitas), interessa salientar que nesta forma de oração há sempre uma correspondência unívoca entre cada uma das orações recitadas e cada um dos objectos materiais que a representa. Ou seja, o número de orações é igual ao número de contas do rosário em questão, embora esse número varie de religião para religião. Por exemplo: o rosário material da tradição hindu e budista, ou Japamala, tem 108 contas (sendo este o número sagrado no hinduismo e budismo). Já o muçulmano,ou Tasbih, tem 99 contas (e uma centésima, que nunca se diz, visto ser indizível a natureza de Deus). Quanto ao rosário da tradição cristã é difícil precisar actualmente o número de orações (contas) que o compõem, dadas as alteraçõs a que foi sujeito ao longo do tempo, como aquelas que foram introduzidas recentemente pelo Papa João Paulo II. Sabe-se, contudo, que a sua origem está ligada aos Salmos bíblicos, em número de 150 - as 15 "dezenas" que até há pouco tempo faziam parte deste Rosário. Mas isto é um assunto que ficará para aprofundar mais tarde... O que importa dizer para já é que nesta forma de devoção o número de orações a recitar parece ser fundamental, o que põe um enfoque muito especial no conceito de "Número". Este o aspecto sobre o qual me debrucei há anos, tendo chegado a conclusões muito importantes e interessantes sobre o assunto. Mas também esta questão ficará para ser abordada mais tarde, dependendo do interesse que isso suscite naqueles que lerem este meu comentário.

    Por certo que o valor e o poder da oração é inquestionável. Mas seria bom que as pessoas se interrogassem também porque é que a Tradição associa à oração invocatória determinados números e estruturas de natureza sagrada.

    Um abraço,

    Lucília

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  2. Lucília,

    De facto os rosários, nas suas várias formas, têm um papel importante, não só no “método” da oração, como também, graças a todo o simbolismo que encerram, na entrega à oração. No entanto, a base da oração invocatória é o Nome de Deus. Na realidade, o objectivo último deste tipo de oração é que a repetição do Nome se torne contínua na nossa mente, estando presente desde o despertar até à queda no sono, fundindo-se, assim, com o nosso ser.

    Em relação ao simbolismo associado aos rosários este livro não tem muita informação. No que respeita ao simbolismo do rosário cristão conheço, no entanto, um texto de um grande escritor católico tradicionalista, Rama Coomaraswamy, que posso enviar a quem estiver interessado.

    Um abraço

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  3. Miguel,

    Levar-me-ia longe a resposta ao teu comentário. Por isso deixo aqui apenas as palavras do poeta libanês Khalil Gibran sobre a Oração no seu livro O Profeta, que certamente conheces. Ainda assim, elas aqui vão…


    Sobre a Oração

    Depois uma sacerdotisa disse, Fala-nos da Oração.

    E ele respondeu, dizendo:
    Vós orais na aflição e na necessidade; também devieis orar na alegria e nos
    tempos de abundância.
    Pois o que é a oração senão a expansão de vós no ar vivo?
    E se vos dá consolo largar vossa escuridão no espaço, também vos deve dar
    felicidade lançar o vosso coração à aurora.
    E se só conseguirdes chorar quando a vossa alma vos chamar à oração, ela
    vos estimulará até que, ainda a chorar, vos comeceis a rir.
    Quando rezais encontrais no ar aqueles que rezam à mesma hora e que, se
    não fosse na oração, nunca encontrarieis.
    Por isso deixai que a vossa visita a esse templo invisível não seja senão para
    o êxtase e doce comunhão.
    Pois não deveis entrar no templo com outro objectivo que não seja o de pedir
    aquilo que não recebereis:
    E se lá entrardes com humildade assim permanecereis:
    Ou mesmo se lá entrardes para pedir favores para os outros não sereis
    ouvidos.
    É suficiente que entreis invisíveis no templo.
    Não vos posso ensinar a orar por palavras.
    Deus não ouve as vossas palavras a não ser quando ele próprio as murmura
    Através dos vossos lábios.
    E não vos posso ensinar a oração dos mares e das florestas e das montanhas.
    Mas vós que nascestes nas montanhas e nas florestas e nos mares,
    encontrareis a oração nos vossos corações, e se escutardes na quietude da noite,
    ouvi-los-eis dizer em silêncio:
    "Nosso Deus, que sois o nosso eu alado, é a vossa vontade em nós que quer.
    E o vosso desejo em nós que é desejado.
    É a vossa vontade para que tornemos as nossas noites que são vossas, em dias
    que são igualmente vossos.
    Não vos podemos pedir, pois conheceis os nossos desejos antes de nós
    próprios nascermos, vós sois o nosso desejo, e em dar-nos mais de vós, dais-vos
    todo."

    Quanto ao texto de Rama Coomaraswamy sobre o simbolismo do rosário cristão, se puderes enviar, agradeço.

    Um abraço,

    Lucília

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  4. «Magnifico»

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