Durante o próximo mês será publicada pela editora do Instituto René Guénon de Estudos Tradicionais uma nova edição da obra "A Unidade Transcendente das Religiões", de Frithjof Schuon (pedidos pelo email irget@terra.com.br).
Deixamos os leitores com esta genial e profunda síntese, extraída do capítulo “O aspecto ternário do monoteísmo”:
(...) O monoteísmo, revelado a Abraão, possuía o esoterismo e o exoterismo em perfeito equilíbrio e, em certa medida, em sua indistinção primordial, ainda que se tratasse somente de uma primordialidade relativa às tradições de estirpe semítica; com Moisés, é o exoterismo que, por assim dizer, tornou-se religião, no sentido de que ele determina a forma desta última, sem prejudicar, contudo, a sua essência; com o Cristo é o inverso que acontece, com o esoterismo, de certa maneira, tornando-se por sua vez religião; com Maomé, enfim, o equilíbrio inicial é restabelecido e o ciclo da religião monoteísta é fechado. Estas alternâncias na Revelação integral do monoteísmo procedem da própria natureza deste e, por conseguinte, não são imputáveis somente a vicissitudes contingentes; a “letra” e o “espírito”, estando compreendidos sinteticamente no monoteísmo primordial ou abraâmico, deviam cristalizar-se de alguma maneira, por diferenciação e sucessivamente, no decurso do ciclo da Revelação monoteísta. Assim, o Abraamismo manifestou o equilíbrio indiferenciado do “espírito” e da “letra”; o Mosaísmo, a “letra”; o Cristianismo, o “espírito”; e o Islã, o equilíbrio diferenciado desses dois aspectos da Revelação. (...)
Deixamos os leitores com esta genial e profunda síntese, extraída do capítulo “O aspecto ternário do monoteísmo”:
(...) O monoteísmo, revelado a Abraão, possuía o esoterismo e o exoterismo em perfeito equilíbrio e, em certa medida, em sua indistinção primordial, ainda que se tratasse somente de uma primordialidade relativa às tradições de estirpe semítica; com Moisés, é o exoterismo que, por assim dizer, tornou-se religião, no sentido de que ele determina a forma desta última, sem prejudicar, contudo, a sua essência; com o Cristo é o inverso que acontece, com o esoterismo, de certa maneira, tornando-se por sua vez religião; com Maomé, enfim, o equilíbrio inicial é restabelecido e o ciclo da religião monoteísta é fechado. Estas alternâncias na Revelação integral do monoteísmo procedem da própria natureza deste e, por conseguinte, não são imputáveis somente a vicissitudes contingentes; a “letra” e o “espírito”, estando compreendidos sinteticamente no monoteísmo primordial ou abraâmico, deviam cristalizar-se de alguma maneira, por diferenciação e sucessivamente, no decurso do ciclo da Revelação monoteísta. Assim, o Abraamismo manifestou o equilíbrio indiferenciado do “espírito” e da “letra”; o Mosaísmo, a “letra”; o Cristianismo, o “espírito”; e o Islã, o equilíbrio diferenciado desses dois aspectos da Revelação. (...)